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Hugo Oliveira

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Portugal, um país independente?

Portugal já não é um país independente.
Atualmente, Portugal está numa situação social, económica e política extremamente fragilizada, fruto de um percurso que já tem longas décadas.
Até ao momento, têm-se escrito imensos textos com opiniões diversas sobre a matéria. Bem, não quero com este texto apenas ser mais um. Mas sim, um olhar para a realidade de uma perspetiva diferente.
Se repararmos, Portugal possuí inúmeras áreas interessantes e com enorme potencial. Podemos até enumerar algumas, que são por exemplo: localização geográfica, posição geoestratégica, conhecimento técnico e científico, mentalidade inovadora e empreendedora.
Contudo, nos dias de hoje, estamos de tal forma envolvidos numa teia que dificilmente nós iremos sair. Ou seja, estamos inseridos no conjunto de países que incorporam o Fundo Monetário Internacional (FMI). Para esclarecer, o FMI é uma organização internacional que se iniciou em 1944 na Conferência Bretton Woods e que foi formalmente criada em 1945 por 29 países-membros. O objetivo declarado do FMI era ajudar na reconstrução do sistema monetário internacional no período pós-Segunda Guerra Mundial. Os países contribuem com dinheiro para o fundo através de um sistema de quotas a partir das quais os países com desequilíbrios de pagamento podem pedir fundos emprestados temporariamente. Através desta e doutras atividades, tais como a vigilância das economias dos países membros e a requisição por políticas de autocorreção, o FMI trabalha para melhorar as economias dos seus membros.  
Ou seja, para pertencer a ele, uma das cláusulas é efetuar um depósito monetário nesse mesmo fundo com o propósito de, caso um dia seja necessário o apoio financeiro, podermos ter acesso. Agora, a questão que se coloca é muito simples. Esse fundo serve mesmo para ajudar os países membros? Se calhar até certo ponto sim. Mas, não sejamos ingénuos. Na ótica dos países credores, quem está disposto a perder dinheiro para desgoverno doutros? Até certo ponto, compreende-se esse ponto de visto. No entanto, se se concretizar essa premissa, o fundo perde a sua verdadeira essência de ajudar quem mais precisa. Pois, no ato de ajuda, impõe um conjunto de condições que aprisionam esse mesmo país, com o intuito de salvaguardar os seus empréstimos/ investimentos.   
Será que algum dia o FMI irá concretizar a sua verdadeira essência? Que se descreve como uma organização de 188 países, trabalhando para promover a cooperação monetária global, a estabilidade financeira segura, facilitar o comércio internacional, promover elevados níveis de emprego e crescimento económico sustentável e reduzir a pobreza em todo o mundo.
Atualmente, já não há uma invasão física nos países. O que acontece é, de fato, uma abordagem que torna um determinado país subalterno. Ora vejamos, um determinado país ao estar dependente de outros leva a que se reduza vários fatores nesse país subjugado. Esta situação faz com que, na prática, as importações aumentem no país devedor, a indústria do país credor se instale no país subjugado. Com isto, só posso concluir que, na prática, Portugal já não é um país autónomo e independente. Nós, no passado, produzíamos as nossas próprias coisas para sermos autossubsistentes nos mais variados níveis (dentro dos três setores de atividade).
Na minha opinião, para sairmos da situação em que vivemos, cabe a todos nós, mediante as nossas características e condições, aplicar e desenvolver, na prática, as nossas inúmeras e distintas características com o objetivo de elevarmos Portugal a um novo patamar evolutivo. Só assim, iremos conseguir ultrapassar esta situação. Portugal tem potencial! Tem capacidade! Basta sermos empreendedores, sermos inovadores. Se repararmos, há inúmeros exemplos disso. Esses casos tornaram-se um sucesso. Contudo, temos de premiar essa iniciativa e incentivar para que haja mais e melhor.
Claro que, hoje, a solução não passa obrigatoriamente por cortar com o Acordo com a Troika. Mas sim, uma renegociação do dito acordo com o objetivo de não só pagar o empréstimo e os seus respetivos juros, porém, estabelecer e implementar medidas que estimulem a economia portuguesa. Só assim, irá fomentar a prosperidade e o emprego em Portugal. 

2 comentários:

  1. Sob a ideia de Portugal não ser independente e de o FMI ter políticas que tornam mais dependente os países auxiliados estamos de acordo.
    A ideia do empreendorismo é positiva e até genericamente concordo, só que há que ser mais concreto e não sei por que o Hugo nem falou do mar, talvez uma das áreas que Portugal pior tem aproveitado nas últimas décadas.
    Negociação implica contrapartida, não conheço negociações favoráveis ao mais fraco e a pedido deste sem um projeto credível para além de boas intenções e falta a Portugal de facto uma estratégia consistente e de crescimento credível para negociar o quer que seja.

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  2. Caro Carlos Faria. Bem vindo de novo. Para lhe responder devo ir por partes. Primeiro, apraz-me notar que há ponto pelos quais o senhor está de acordo. Segundo, a ideia do empreendedorismo deve ser iniciada do geral para o particular. Sendo que, na minha opinião, o mar será indiscutivelmente uma economia de futuro para a Região. Agora, é necessário ter alguma prudência neste campo em particular, mas, de qualquer forma, irei brevemente debruçar-me sobre essa questão.
    Terceiro, o senhor inicia e muito bem com o termo "Negociação". Se repararmos, a ideia central é "Ajuda". Fato é que essas duas palavras não são sinónimos na prática. Ou seja, tal como diz "Negociação implica contrapartida". Porque, se fosse verdadeiramente "Ajuda", o FMI ajudava sem pedir algo em troca. O que vem contrariar um pouco a sua essência, na minha opinião. E por último, o senhor reconhece o fato de que Portugal não tem, mas que necessita, de uma estratégia urgentemente. Esta deverá obrigatoriamente dar origem a um plano de ação e à própria operacionalidade. Mesmo assim, Portugal tem aspetos importantes que podem ser fatores fundamentais para serem usados no processo negocial. Pena é que apenas no outro lado da balança esteja o dinheiro. Mesmo assim, é fundamental e imprescindível que se tome medidas a pensar nas pessoas e não no dinheiro. Penso que é esta a ideia a reter ou que deveriam salientar.

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